domingo, novembro 26, 2006

O último brilho


Agora que a sombra negra me visita, não tenho medo nem arrependimento dos erros e das coisas boas que fiz... se não o tivesse feito não teria sido eu! Sou o resultado do meu passado e do meu presente e talvez de um futuro que não conheci e temi. Fiz o meu melhor e o meu pior, matei-me e renasci. A vida moldou-me e eu moldei-a.
Todos nós somos feitos do mesmo material, o modo como ele depois se apresenta, tanto a nível interior como exterior é que difere. Como um livro, que pode ter várias traduções para várias línguas e, mesmo quando está na mesma língua todos o intendem de maneira diferente, apesar de as palavras serem as mesmas. Tal como num livro, desfolhei todas as páginas da minha vida, li-as à minha maneira e agora estou prestes a fechar o livro...
Sinto os meus olhos que começam a ceder e agora que o meu corpo começa a arrefecer sinto o calor das minhas recordações. Agora que te sinto próxima entendo, como podemos nós sentir medo de partir na solidão se todos nós temos recordações! Ninguém é um livro fechado sem história! A nossa vida é povoada de pequenas histórias umas mais significantes que outras e que são boas ou menos boas... mas recordamos sempre algo... nem que seja a imaginação de um sonho. Os sonhos também fizeram fizeram parte da nossa vida! Há sempre algo que se recorda...
Sinto esta escuridão negra que me invade cada vez mais próxima... está quase a tomar conta de mim... continuo, no entanto a pensar na vida... senti tanto medo da morte desde pequena e agora sinto uma tranquilidade que me invade, como se estivessem a segurar na minha mão e a passar a mão pelo meu cabelo e a dizer: Vai tudo correr bem!
Os meus olhos estão quase a fechar mas ainda consigo ver o último brilho da vida........VOCÊS!!!!!!!

3 comentários:

Monica disse...

Então vamos la ver. Andei eu este tempo todo receber elogios e não sei que, aos quais não me sentia às vezes merecedora, e depois é isto. Vens e escreves coisas assim. Ora a ver se nos entendemos.

Eu gostei muito. Em primeiro lugar, não quero ouvir dizer nunca mais que ah e não sei que não tenho jeito, não sei expressar-me e tal e tal. Depois tens tanto dentro de ti como eu ou outra qualquer pessoa. Por último, sinceramente, tens muito conteudo, as coisas estão em ti, muito e muito, mesmo que não seja da forma como achas que deve ser, isso não interessa, elas estão lá. Falta apenas desenvolver a forma de as colocar, é só uma questão de forma não de conteúdo, por isso, toca mas é a reflectir e a escrever.

Às vezes quem escreve e está por dentro das coisas, não as vê com suficiente distância, e surge toda a insegurança inerente a uma situação dessas mas então eu digo-te, porque estou de fora, que acho que deves continuar. Há ai qualquer coisa que se pode desenvolver, na minha opinião. E para se desenvolver precisa de continuidade. Só isso.


Bem pediram sinceridade e tal..ora pois aqui a têm. Gostei muito.


Continua beijokas****

... disse...

Concordo inteira/ com a Mónica, d facto tens conteúdo, noto q sentes o q escreves e isso, a meu ver, é o mais importante. A tranquilidade a q te referes é te transmitida através dos teus. Família e amigos têm um papel fundamental. São o nosso alicerce."Ninguém é um livro fechado sem história", é d facto verdade. Daí o respeito pela diferença, pela compreensão, pela tolerância, pela sensibilidade. Cada um tem o seu devido valor. Temos smp mto a aprender seja com quem for.
Tens tudo pra seres uma excelente psicóloga.Mta força
Bjo

Anónimo disse...

Também gostei, muito deste artigo! "Ninguém é um livro fechado sem história" pode crer que ninguém é mesmo um livro sem histórias.
Não tenhas mesmo arrependimento em nada! Há um provérbio que diz:" caminhando em frente, olhando para trás, recordando experiências boas, apreendendo com as más"
Por isso. Humano que nunca errou não é humano, e nunca cultivou nada!
Porque o melhor dos erros são cultiva, pois o erro faz parte do nosso quotidiano, por isso que o povo diz errar, é humano!
Continua a escrever pois tens, talento cada versos teu reflecte o talento que há em você.