quarta-feira, outubro 31, 2007

Mais um poema que fiz...



Se escrever me bastasse
Calaria o som da palavra
Pontuaria de exclamação
Esse pequeno desassossego
Do coração

Se ler te bastasse
Sorririas radiante
Do teu engano constante,
Ignorante
De quem procura a palavra
E não olha
Esses olhos meus

Sendo meus,
Sendo teus,
De relíquias e sonhos,
Como quem conta tesouros
Sem saber que se perdeu
No conto
Que essa palavra não deu

segunda-feira, outubro 29, 2007

Sorrisos Escondidos

E quando dá a melancolia, nada como rever velhos tempos, decidi abrir a caixinha para ver que sorrisos tinha guardado lá dentro. :)












15 anos



10 anos

10 meses ( eu sou a da direita)













eu e o meu afilhado ( 9 anos)
eu e os meus avós e a mana (eu sou a da esquerda)



eu e o meu padrinho (12 meses)

quarta-feira, outubro 17, 2007

Ai a rotina!


Ás vezes o dia é uma rotina constante, separo-me de mim não sei quantas vezes por dia. Separar de mim e rotina parece um pouco contraditório não é?! Mas não, é que eu separo-me de mim todos os dias para ser as mesmas coisas, os mesmos bocados que disperso, disperso e disperso, num tempo que dizem, não volta atrás... E não é verdade que todos os dias nos separamos de nós para ser as mesmas coisas, os mesmos pedaços dispersos. Porque sermos nós é ter alma e calma. Quando temos que fazer muita coisa ou queremos fazer muita ou até imaginamos simplesmente na nossa cabeça que temos (a chamada “tempestade num copo de água” ou como lhe quiserem chamar), metemos dentro da cabeça a palavra fazer e que temos que fazer, separamo-nos de nós. Porque normalmente fazer hoje em dia é sinónimo de mecânico. Esquece-te de ti e trabalha, faz-te à vida...Em vez da vida te fazer bem, tu é que a fazes bem, até a fazes é bem lixada! Bem e porque é que isto me soa a rotina! Ai soa, soa. Se nos dessem mais tempo para pensar isso sim é que não é rotina. Porque fazer fazemos mais ou menos tudo o que os outros fazem, mas pensar da mesma forma que os outros já não. Quanto muito, partilhar algumas idéias. E o nosso interior nunca é uma rotina ;)
No fundo o que eu quero (ou penso neste momento) é não separar-me de mim e ficar comigo...Bem e isto sou eu a pensar na vida, coisas cá da minha cabeça...

segunda-feira, outubro 15, 2007

Escrever d'alma


De pequenas histórias
Se faz um livro
Num livro
Se escreve
Tanta vida

No papel a história
Da mente de quem escreve
Memória,
Imaginação
Personagens que saltam
Brilho de quem as sonha

E de repente
Se faz grande
Quem as lê
Lê-as com o seu mundo
Outro ainda,
Que não conhece,
Por ser gigante
Seu novo mundo


E este poema que fiz só poderia ser para quem!? Para a mestra moquinhas, porque gostou deste poema e porque tem a ver muito com ela ;) E o nosso mundo torna-se sempre mais gigante quando convivemos com pessoas k têm muito lá dentro e transbordam muito do que têm lá para fora, em pequenos textos que preenchem a nossa imaginação.

segunda-feira, outubro 08, 2007

(Assim à primeira vista estes quatro textos que se seguem podem parecer um bocadinho extensos. Mas, não é, isto são aquelas coisas que uma pessoa vai pensando e reflectindo, a única diferença é que eu passei algumas dessas mesmas coisas que pensei para aqui, em texto.)


Tem graça, nós quando estamos vivos teimamos em complicar a vida. Gostamos de achar que somos estranhos, que temos muitos problemas, que no fundo somos como fios que se cruzam e entrecruzam, que a nossa vida é como uma espécie de sistema circulatório em que o sangue percorre veias, artérias, capilares, etc... e o coração é a “bomba” principal que o faz circular ( é ele essencialmente vah).
A nossa vida também é assim complexa como a nossa “rede” onde percorre o sangue e a vontade de viver ou a esperança de dias melhores normalmente é a bomba principal.
Eu disse que a vida era complexa! Lá está, até deve ser... mas quando morremos torna-se demasiado simples: Nascido a tal, Falecido a tal. (Com um pouco de sorte talvez ainda se tenha direito a ter uma foto, para que conste para a posterioridade que nós no fundo até éramos umas pessoas apresentáveis!)
Lembro-me desde pequena, quando ia ao cemitério ver o meu pai que por vezes me punha assim a olhar para as campas à volta e pensava cá para mim qual seria a essência de cada corpo que ali estava. Será que aquela pessoa era desta ou daquela forma! Que pessoa estava ali!
Para se ser humano basta ter corpo de Homem, mas para se ser Pessoa é preciso ter alma, a essência. E é isso que eu gosto de descobrir, de adivinhar, de perceber, de desmontar, de tentar perceber... a essência de cada um, aquilo que nos torna únicos. É por isso talvez que gosto tanto de ouvir e de ficar no meu canto a observar... não sei, também isso agora não interessa, mas é um bocadinho desagradável eu diria, negarem-se a possibilidade de ser, ou melhor de ter sido uma Pessoa, quando morrer! Porque todos nós aprendemos uns com os outros, é assim que também nos expandimos mentalmente, e pronto, penso nisso... em tantos pensamentos, tantas idéias, tantas essências que se perderam com os corpos que estão ali a decompor-se... é que ali estão pessoas chiça!
Mas pronto, diz que é assim... é mesmo assim, não há nada a fazer, mas já que têm que nos “resumir” de alguma forma quando morrermos, ao menos que fizessem um “resumo” mais completo loool
Enfim, no que às vezes me ponho para aqui a pensar, tristeza!


Cultura


Para mim existem dois tipos de cultura, a cultura material e a cultura do eu. A cultura material é aquilo que conhecemos das coisas ( música, notícias, filmes, etc...) e a cultura do eu é aquilo que conhecemos da nós e dos outros, aquilo que tentamos descobrir de nós e dos outros. É aquela coisa “chata” de pensar nas acções que fazemos e que os outros fazem de modo a tentar desmontar o “puzzle”.
Eu gosto de pensar na cultura, na minha definição de cultura dessa forma. Gosto dessa concepção de duas culturas.
Eu valorizo tanto a cultura material como a cultura do eu, mas a idéia que tenho é que nem toda a gente valoriza essa cultura do eu, essa auto-crítica. É por isso, que eu defini cá para mim que essa tentativa de nos auto-conhecer e conhecer os outros também é cultura, a cultura do eu! Ela alarga os horizontes... eu cá se puder, quero sempre manter essa minha cultura do eu, de outra forma seria estar a fechar-me a mim e aos outros. Eu queria dominar-me, eu até me queria perceber, vejam lá! Mas, tal como na cultura material, por mais que a gente saiba muito, ou tente saber, nunca sabemos tudo, vamos sabendo, vamo-nos surpreendendo.
A minha tentativa por me perceber diz-me algumas coisas... diz-me ultimamente que sou uma pessoa de extremos, que preciso dos “arranhões” da vida, que preciso chorar, que preciso rir, que preciso tentar, que preciso lutar, que preciso ser forte, que preciso confiar, que preciso gostar, que preciso saber mais de mim e dos outros e que por mais que me vou conhecendo e conhecendo os outros, vou-me interrogando e questionando. Há que ir fazendo umas “actualizações de conceitos”. É que a gente vai querendo meter os rótulos para a casa ir ficando arrumada e nem sempre é fácil, nem sempre estão no sitio certo. Eu por exemplo, em certas situações posso considerar que sou tímida, que sou quase sempre tímida, mas imaginemos que me surge uma situação assim “teste” do tipo “ou tudo ou nada”, ganho força e nessa situação não fui tímida. Será que isso não põe em causa o meu rótulo “tímida”? (Vocês vão dizer que nesse exemplo que dei foi uma situação pontual, mas imaginemos que não tinha sido). Eu posso sê-lo mais numa situação que noutras... É muito difícil tentar definirmo-nos e tentar definir os outros porque como disse lá no meu Hi5 (Já não me lembro do que disse com exactidão mas...) quando nos inserimos numa determinada definição (por exemplo tímida) estamos a correr o risco de nos estarmos a inserir nessa definição por excesso ou defeito! E eu, enfim, não estou aqui para enganar ninguém, nem a mim própria que era chato! Além disso, ainda me processavam por publicidade enganosa looool Eu apenas quero é pensar sobre mim, sobre os outros e claro, lá vou eu recorrer aos “rótulos”, mas eu sinto necessidade de me analisar e analisar os outros. Nisso eu sou curiosa vah... é que eu como costumo dizer, eu sou uma inculta, mas das coisas materiais, nisso é que eu nunca sei nada looool sou uma desinteressada ( por isso admiro e valorizo as pessoas que o são ah e já agora aproveito o que têm para me mostrar eheh). Sempre foi mais provável perder-me antes nos meus pensamentos e aqui nas minhas divagações (coisa que faço neste momento), na minha cultura do eu. Há quem tenha o dom de se “perder” entre estas duas culturas, mas eu coitada, pendo mais para este, o do eu!
Estou para aqui a tentar partilhar o que penso com as outras pessoas (coisa que até não costumo fazer por vergonha, mas como estou a escrever não “dói” tanto looool).
Agora decidi contrariar um pouco a minha tendência natural e dizer algumas das coisas que penso, o que vai cá dentro... porque de certa forma estou, também à espera de ser contrariada e de ouvir as opiniões das outras pessoas, o que pensam :P ;)

Compreender vs Aceitar


Muitas vezes a sensação que tenho é que se confunde a palavra aceitar com compreender.
Eu posso aceitar muita coisa que no fundo não compreendo e posso compreender muita coisa que não aceito.
Posso aceitar uma idéia oposta à minha, mas no fundo não a compreendo. Aceito porque dá “jeito”, é mais fácil ou tem que ser. E vice-versa.
Para mim aceitar é a acção exterior, o que fazemos exteriormente e compreender, é aquilo que se passa interiormente, que está ligado à nossa mente, ao interior. É como a diferença entre comportamento e atitude. O comportamento é aquilo que fazemos, a atitude é o que está por trás daquilo que fazemos.
Um dos grandes problemas da sociedade é aceitarmos muita coisa e compreendermos pouco aquilo que aceitamos. É fácil aceitar exteriormente a diferença de outra pessoa, o mais difícil é compreender essa diferença que existe. É por isso que talvez agente seja muitas vezes tão preconceituosos, apenas colocamos o rótulo «Aceito».
E quando, por exemplo, nos criticam, quando nos magoam, quando nos pisam, nós por vezes aceitamos porque calamos, mas não compreendemos, se não, não sentíamos um conflito interior.
Mas não é que eu também confundo compreender com aceitar!? Elas até se confundem! Não sei se o que penso neste momento é o certo, se vou mudar de idéias (mudo frequentemente), mas se me perguntarem se prefiro que me aceitem ou compreendam, eu diria, compreender! A palavra aceitar deixa-me um pouco de pé atrás, porque muitas vezes, me parece o sinónimo de “aniquilar” outras vontades, subjugar... mas, também é preciso aceitar, mas não em demasia, ou pelo menos de tal forma que deixemos de ser quem nós somos...
E pronto eu já disse que confundo aceitar com compreender!? E para vocês, há alguma diferença? Qual?

Hoje em dia fica sempre bem dizer “ah e tal eu não me arrependo de nada”, “não mudava nada na minha vida”, eu pergunto, Será!? (E agora dizem “nós aprendemos sempre com os nossos erros” tiramos sempre uma “lição de vida”) Mas olha, eu também não me arrependo de nada, tenho apenas pena de não ter sido melhor, ou ter feito melhor. Sim, porque como eu disse há uns tempos numa espécie de texto que até publiquei aqui no meu blog, se não o tivesse feito não teria sido eu e eu, sou o resultado das coisas boas e más que fiz. Fiz porque na altura foi assim, porque ou pensei ou agi por instinto, olha porque era eu! Arrependo-me??? Tenho apenas pena, ou então não! Que esta coisa de dizer que fazemos as coisas boas e más porque éramos nós, também tem algo que se lhe diga! Até parece que é o mesmo que dizer, “desculpa lá, sabes, é que era eu, como tal não tenho a culpa, olha diz que foi o destino, ou a sorte... (Como quem diz na verdade, “Olha, até que foi mas é uma grande preguiça, olha a preguiça de viver, sabes isso, também me dá e a modos que depois não era giro tentar mudar e se disser que era eu sempre fica mais chique, filósofo e tal...” Fica sempre bem dizer que se é ou quer ser genuíno, mas e correcto, não!?
Estou para aqui a auto repreender-me!
E isto tudo para dizer que agente perde muito tempo com tretas , com o fica bem aos outros e à nossa consciência.

quarta-feira, outubro 03, 2007



Quero apenas que me deixem no vazio
Dele e só, minha casa
Pilar sóbrio
E solene
Escuro d’alma
Da minha desgraça

Quero apenas não sentir
Cheiro a morte
Cheiro a vida
Em um deles
Não tenho saída
Porta d’alma,
Que já foste esquecida!

Com quantas fechaduras
Poderei trancar a porta!?
E quantas chaves
A poderão abrir

Apenas uma,
A esquecida...


(Voltei a tentar escrever um poemazito XD Temos k ir variando não é verdade looool)