
Para mim existem dois tipos de cultura, a cultura material e a cultura do eu. A cultura material é aquilo que conhecemos das coisas ( música, notícias, filmes, etc...) e a cultura do eu é aquilo que conhecemos da nós e dos outros, aquilo que tentamos descobrir de nós e dos outros. É aquela coisa “chata” de pensar nas acções que fazemos e que os outros fazem de modo a tentar desmontar o “puzzle”.
Eu gosto de pensar na cultura, na minha definição de cultura dessa forma. Gosto dessa concepção de duas culturas.
Eu valorizo tanto a cultura material como a cultura do eu, mas a idéia que tenho é que nem toda a gente valoriza essa cultura do eu, essa auto-crítica. É por isso, que eu defini cá para mim que essa tentativa de nos auto-conhecer e conhecer os outros também é cultura, a cultura do eu! Ela alarga os horizontes... eu cá se puder, quero sempre manter essa minha cultura do eu, de outra forma seria estar a fechar-me a mim e aos outros. Eu queria dominar-me, eu até me queria perceber, vejam lá! Mas, tal como na cultura material, por mais que a gente saiba muito, ou tente saber, nunca sabemos tudo, vamos sabendo, vamo-nos surpreendendo.
A minha tentativa por me perceber diz-me algumas coisas... diz-me ultimamente que sou uma pessoa de extremos, que preciso dos “arranhões” da vida, que preciso chorar, que preciso rir, que preciso tentar, que preciso lutar, que preciso ser forte, que preciso confiar, que preciso gostar, que preciso saber mais de mim e dos outros e que por mais que me vou conhecendo e conhecendo os outros, vou-me interrogando e questionando. Há que ir fazendo umas “actualizações de conceitos”. É que a gente vai querendo meter os rótulos para a casa ir ficando arrumada e nem sempre é fácil, nem sempre estão no sitio certo. Eu por exemplo, em certas situações posso considerar que sou tímida, que sou quase sempre tímida, mas imaginemos que me surge uma situação assim “teste” do tipo “ou tudo ou nada”, ganho força e nessa situação não fui tímida. Será que isso não põe em causa o meu rótulo “tímida”? (Vocês vão dizer que nesse exemplo que dei foi uma situação pontual, mas imaginemos que não tinha sido). Eu posso sê-lo mais numa situação que noutras... É muito difícil tentar definirmo-nos e tentar definir os outros porque como disse lá no meu Hi5 (Já não me lembro do que disse com exactidão mas...) quando nos inserimos numa determinada definição (por exemplo tímida) estamos a correr o risco de nos estarmos a inserir nessa definição por excesso ou defeito! E eu, enfim, não estou aqui para enganar ninguém, nem a mim própria que era chato! Além disso, ainda me processavam por publicidade enganosa looool Eu apenas quero é pensar sobre mim, sobre os outros e claro, lá vou eu recorrer aos “rótulos”, mas eu sinto necessidade de me analisar e analisar os outros. Nisso eu sou curiosa vah... é que eu como costumo dizer, eu sou uma inculta, mas das coisas materiais, nisso é que eu nunca sei nada looool sou uma desinteressada ( por isso admiro e valorizo as pessoas que o são ah e já agora aproveito o que têm para me mostrar eheh). Sempre foi mais provável perder-me antes nos meus pensamentos e aqui nas minhas divagações (coisa que faço neste momento), na minha cultura do eu. Há quem tenha o dom de se “perder” entre estas duas culturas, mas eu coitada, pendo mais para este, o do eu!
Estou para aqui a tentar partilhar o que penso com as outras pessoas (coisa que até não costumo fazer por vergonha, mas como estou a escrever não “dói” tanto looool).
Agora decidi contrariar um pouco a minha tendência natural e dizer algumas das coisas que penso, o que vai cá dentro... porque de certa forma estou, também à espera de ser contrariada e de ouvir as opiniões das outras pessoas, o que pensam :P ;)
4 comentários:
Também gosto dessa tua concepção de duas culturas distintas mas que juntas dão um jeito tremendo. Acho que cultivo as duas, dir-me-ás se estou errada. mas parece-me que sim.
Perco-me nas duas e necessito das duas para estar bem. Mas é tão natural que não sei. Há coisas que nascem connosco, não vale a pena forçar. E deixa-me que te diga que se não prestas tanta atenção à cultura 'material' ( para não fugir aos teus termos), isso parece-me que se supera bem com essa tua busca pela cultura do eu. Acho que é mais importante. Ou melhor, a primeira só faz muito sentido se existir a segunda. Funciona muito melhor. Desenvolveres a primeira é mais fácil, é algo que podes conseguir com relativa facilidade. A segunda às vezes não é bem assim. Tu já consegues essa, acho maravilhoso :)
beijinho**
«(...)por isso admiro e valorizo as pessoas que o são ah e já agora aproveito o que têm para me mostrar eheh(...). Há quem tenha o dom de se “perder” entre estas duas culturas, mas eu coitada, pendo mais para este, o do eu!»
Pois, não sei se reparas-te mas eu tava claramente a referir-m a ti moquinhas quando disse k há pessoas k conseguem ter o dom de ter essas duas culturas mto bem desenvolvidas :p Qd disse k admiro as pessoas k tem a cultura material desenvolvida tb m lembrei d ti, k essa tua cultura ~dá-m imenso jeito (já t eskeces-t k t xamo de MESTRA).
Há no fundo pessoas de 3 tipos: umas k so kerem saber da sua cultura material, outras k s ligam mais a do eu e outras k têm o dom de se conseguir ligar as duas ;) E eu cm disse, ligo-m mais apensas ao do EU, o k n ker dzr k n ligue à outra cultura, mas não puxa tanto por mim e sou mais dependente dakilo k m dão e k eu aprecio tanto ;) Talvez por preguiça tb k eu n vah tanto pa esse lado tb e so explore o meu interior e o dos outros ;)
Eheh bigada mais uma vez por comentares k dizes sp algo inteligente =)
Olá Amiga,
Eu, por vezes, passo horas a pensar na minha vida e a "Julgar" a dos que me rodeiam para tentar achar solução aos problemas que normalmente não nos seriam destinados... Na minha opinião é, além de uma forma de nos conhecer-mos melhor, uma forma de conhecer, saber lidar e observar a reacção de quem nos rodeia aos pequenos pormenores da vida.
Acho que na sociedade moderna esta cultura é cada vez mais apagada pela “sede” dos bens materiais… Cada vez as pessoas vivem mais á volta do dinheiro e bens que hoje caracterizam o estatuto de cada um… É fácil ver uma família preocupada em comprar um novo carro, uma nova televisão, mas não assim tão fácil ver um determinado membro a concentrar-se nos problemas que se passam dentro da sua família. Cada vez mais somos entretidos pelos novos meios de comunicação: A televisão, a Internet e como tal passamos menos tempo a entender o mundo que nos rodeia e mais tempo a pensar que a nossa maneira de ser é a correcta, passando despercebidos de todo o resto… Acabamos por aceitar e não entender, não por entendimento, mas sim por obrigação.
Penso que o maior problema entre as famílias hoje em dia é não haver apoio e compreensão mútua entre os diferentes membros da família. Por exemplo os filhos acabam frequentemente por se afastar dos pais devido não só á faixa etária, e como tal a consequente divergência de ideias, como também pelo simples facto que os pais simplesmente, tão ocupados do seu dia de trabalho e da sua vida, ao chegar a casa não dão a atenção que devem aos filhos… Novamente deixando de haver compreensão existe uma consequente divergência de ideias que acaba por resultar num conflito entre ambas as partes, sem que nenhuma das duas chegue a um acordo… São estas divergências que criam cada vez mais uma personalidade única em cada um e ao mesmo tempo afastada de todos…
Por vezes penso como é possível numa família, que deveria supostamente ser unida existir divergências e cada vez mais as pessoas se afastem do que tu chamas “a Cultura do eu” sendo cegas ao que se passa com quem os rodeia… Muitas das horas que passo a meditar sobre mim mesmo acabo por descobrir coisas e razões para determinadas atitudes dos que me rodeiam, que podem ou não ser culpa minha… É engraçado recordar coisas aqui que nos teriam de outra forma passado despercebidas e um dia cometer o mesmo erro poderia já ser tarde de mais… Por isso te apoio e de certa forma admiro, pois parece que hoje em dia são cada vez menos as pessoas que pensam desta forma, perdem algum tempo a tentar entender aos outros e essencialmente a si próprias, porque… na vida só uma pessoa nos acompanha… Nós mesmos! Não será então altura de nos começarmos a conhecer?
Gostei mto do teu comment, carlos ;) tá mto bem escrito.
Eu poderia sublinhar tudo o k tu dissest e bem, mas vou apenas destacar uma parte k gostei mto e k eu não referi no meu texto e k tu referiste e tb é mto importante:"(...) Novamente deixando de haver compreensão existe uma consequente divergência de ideias que acaba por resultar num conflito entre ambas as partes, sem que nenhuma das duas chegue a um acordo… São estas divergências que criam cada vez mais uma personalidade única em cada um e ao mesmo tempo afastada de todos… (...)"
beijinho***
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