terça-feira, setembro 11, 2007


Não tive tempo, talvez um minuto, no qual não tive tempo de te segurar a mão e puxar-te de encontro a mim, um minuto em que as tuas lágrimas foram em vão, como tu te foste e eu não te segurei. Eu não te segurei... Eras pequena, maldito carro, ceifou-te a vida com a mesma rapidez com que ia e tu, foste. Tinhas uma vida inteira pela frente, escapou-se-te pelos dedos, nem sei se te doeu. Doeu? Aproximei-me de ti filhota como sempre fiz quando caias. Tu choravas, a mãe dizia « Isso já passa » , dava um beijo como fiz hoje. Isso, não mudou, apenas isso não mudou, só que hoje não sabia onde estavam as tuas lágrimas para as poder secar...foram talvez com o teu corpinho que já começava a arrefecer sobre o asfalto frio. Maldito carro, maldito carro. E hoje filhota sou eu que choro mas não foste tu que me fizeste um doi doi , não te portas-te mal. O carro fugiu, foi-se como tu te foste mas ele queria ir para longe, tu não. Nem eu te queria longe. Chiça, a falta que me fazes!

2 comentários:

Catarina disse...

Acho muito bonito.. Um mini texto perfeitinho. Devias contruir a história :P*

Monica disse...

Isto de te dizer as coisas pelo msn..n me deixa nada a dizer aqui!!

Reafirmar que esta muito sentido e real! Enfim..ninguém devia ver morrer um filho assim..essa é a verdade.

beijinho**